Mais vale facilitar do que complicar!
Facilitar não é tarefa fácil, principalmente quando pensamos na transferência de conhecimento.
O facilitador é alguém que ajuda um grupo de pessoas a compreender os seus objectivos comuns e os ajuda a planear para alcançar esses objectivos sem tomar uma posição particular na discussão.
O papel de um facilitador eficaz está intimamente ligado com o ambiente (contexto) onde se vai desenrolar. É importante esta observação porque a cultura da organização ou da região onde se desenrola a actividade de facilitação podem condicionar o trabalho do facilitador.
As competências de um facilitador assumem o verdadeiro significado da palavra: competência é resultado.
O facilitador deve distinguir os processos do conteúdo e é capaz de estimular a participação e a criatividade.
Embora não tenha uma intervenção activa na transmissão de conhecimento, o facilitador tem de demonstrar sabedoria e realçar a sabedoria do grupo. É verdade que o todo é maior que a soma das partes.
Na actividade de facilitação nada fica ao acaso, o tempo e o espaço físico são trabalhados intencionalmente, o que faz com que se adapte á evolução do grupo e dos acontecimentos.
Sendo capaz de manter a objectividade, um facilitador, está sempre atento à dinâmica do grupo e assume a responsabilidade pela direcção que o grupo toma. Não há lugar a subjectividades distractivas, nem a desvios dos seus propósitos.
Facilitar significa tornar mais fácil e não aproveitar complexidades para evidenciar habilidades.
Um facilitador demonstra o profissionalismo, auto-confiança e autenticidade, o que se traduz em integridade pessoal.
Bem, mas se ele tem um conjunto de competências tão exigentes, como é que ele as aplica ou evidencia?
O facilitador não diz! O facilitador utiliza um conjunto de perguntas, de acordo com a temática onde está envolvido, para realçar o potencial de cada membro do grupo.
O facilitador diz, mas para cumprimentar ou retribuir cumprimentos que lhe são dirigidos. No fundo um facilitador é um pessoa “bem-educada”, que é capaz de se conectar e estabelecer relações. Por isso evita a orientação para a tarefa.
Usando as sua competência relacionais o facilitador não espera que alguém inicie as conversas e toma a iniciativa, usando o pedido de opinião e não sugerindo algo que pensa.
Ele é capaz de ouvir activamente portanto promove a negociação, não manifestando intenções directivas na tomada de decisão. Essa negociação é feita com inteligência emocional, sendo capaz de vibrar mas afastando-se de reacções inoportunas.
Capaz de persuadir, não utiliza abordagens sistémicas, dando pouco lugar à análise e beneficiando a intuição. A intuição resulta das experiências vividas e os grupos são uma boa fonte para a obtenção de respostas intuitivas.
Ao manter constante o grande plano dos seus objectivos, o facilitador promove o trabalho sobre os aspectos nucleares. Ele aconselha e não usa a autoridade como se o grupo fosse um pelotão militar.
Dominando a observação, o facilitador é capaz de alavancar a curiosidade por parte dos membros do grupo e retirar, de aspectos simples do quotidiano, analogias que favorecem a resolução de problemas.
Facilitar é um trabalho que requer uma boa relação com os membros do grupo, liberta a criatividade e torna eficaz a transferência de conhecimento.
Quer facilitar? Comente!
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